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Com avanços e cortes, nova lei de Trump acende sinal de alerta no setor de viagens 

Cortes no Brand USA e aumento de taxas para visitantes internacionais preocupam o setor 

Casa Branca (Reprodução/David Mark/Pixabay)

A promulgação da nova lei orçamentária e de diretrizes assinada pelo presidente Donald Trump no dia 4 de julho trouxe um misto de entusiasmo e preocupação para o setor de turismo dos Estados Unidos. O pacote legislativo, que contempla investimentos significativos em infraestrutura e benefícios fiscais para empresas, também impõe medidas que podem frear o crescimento do turismo internacional no país, entre elas: cortes drásticos no orçamento do Brand USA e aumentos substanciais em taxas de vistos.

Entre os avanços celebrados está a modernização do sistema de controle de tráfego aéreo e o reforço no efetivo da Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP), que, segundo representantes do setor, devem melhorar significativamente a experiência de entrada no país para viajantes. O CEO da U.S. Travel Association, Geoff Freeman, classificou essas medidas como “um grande passo na direção certa” e ressaltou a importância de investimentos contínuos na infraestrutura turística.

“A modernização do controle de tráfego aéreo e a ampliação do pessoal da CBP são iniciativas ousadas e necessárias, que terão impacto direto na jornada dos viajantes”, afirmou Freeman. “Mas esses avanços contrastam com a imposição de novas taxas aos visitantes estrangeiros e o corte de recursos ao Brand USA, mudanças que minam os esforços do setor para tornar os Estados Unidos o destino turístico mais visitado do mundo.”

O novo texto da lei institui uma “Visa Integrity Fee” de US$ 250 para solicitantes de vistos de não imigrante e quase dobra a tarifa do ESTA (sistema eletrônico de autorização de viagem) para viajantes do Programa de Isenção de Visto, elevando-a de US$ 21 para US$ 40. Além disso, reduz drasticamente os fundos federais de contrapartida ao Brand USA, agência oficial de promoção dos EUA no exterior, de US$ 100 milhões para apenas US$ 20 milhões.

Para Freeman, essas medidas representam um “tarifa autoimposta” sobre um dos maiores setores exportadores do país: o turismo receptivo. “Cobrar mais dos visitantes internacionais sem reinvestir esses recursos na experiência do viajante é contraproducente e desestimula o turismo num momento em que o país deveria estar reforçando sua hospitalidade, especialmente diante dos custos elevados e da imagem externa fragilizada”, completou.

Fred Dixon, CEO do Brand USA, também demonstrou preocupação com os cortes. Embora tenha reafirmado o compromisso da organização com sua missão de promover os Estados Unidos no exterior, Dixon reconheceu que a redução exigirá “uma recalibração significativa dos recursos e da programação, ainda a ser definida”. Segundo ele, o impacto pode ser especialmente sensível num momento estratégico para a imagem do país, com eventos globais como o America250 (celebração dos 250 anos da independência dos EUA) e a Copa do Mundo da FIFA se aproximando.

Por outro lado, o setor hoteleiro avaliou a nova legislação de forma amplamente positiva. A American Hotel & Lodging Association (AHLA) elogiou os dispositivos fiscais do texto, que proporcionam maior previsibilidade tributária e incentivos a pequenos negócios. “Essa lei oferece segurança fiscal de longo prazo e ferramentas importantes para que os empresários reinvistam em suas comunidades e gerem empregos”, afirmou a CEO da entidade, Rosanna Maietta. “É um divisor de águas para os pequenos negócios em todo o país.”

Apesar dos ganhos estruturais e econômicos destacados, líderes do setor reiteram que o crescimento sustentável do turismo depende de uma política pública equilibrada, que una investimentos estratégicos e acolhimento aos visitantes estrangeiros. Para a U.S. Travel, o foco agora será pressionar o Congresso e o governo por ajustes futuros que garantam a competitividade do destino Estados Unidos no cenário global.

Fonte: Mercado & Eventos 

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